Introdução
Tempos atrás, era uma prática comum atribuir a um profissional, considerado muito bom tecnicamente, a responsabilidade de gerenciar um processo. Esse profissional, em geral, sentia-se “caindo de paraquedas” numa nova função. Nesse contexto, as empresas ou os próprios colaboradores buscavam cursos de processos, para suprir a falta de preparo adequado a fim de enfrentar os desafios complexos dessa posição. Infelizmente, estes também forneciam muito pouco conhecimento sobre gestão de processos, limitando-se em abordar ferramentas da qualidade e técnicas de análise.
Para se tornar um bom profissional em gestão de processos, além de ter domínio sobre ferramentas e técnicas, é preciso desenvolver a capacidade de buscar uma compreensão profunda do negócio como um todo e de como suas decisões podem contribuir para as metas corporativas.
O bom gerente também precisa apresentar habilidades de liderança. Há, no entanto, diferenças vitais entre gerenciar e liderar, e as organizações de hoje esperam que seus gestores sejam competentes em ambas as áreas.
Os três processos fundamentais da gestão
Resumidamente, os três processos fundamentais da gestão são:
PLANEJAR
O gestor planeja como que o processo, sob a sua responsabilidade, deve contribuir para o objetivo de desempenho do processo de negócio como um todo. Para isso, o gestor vai precisar ter uma visão holística do fluxo de valor do qual seu processo faz parte.
Essa “contribuição” é o objetivo a ser alcançado pelo seu processo. Associado a esse objetivo, o gestor define qual o resultado que vai refletir este objetivo e qual o indicador que será utilizado. É o indicador que “recebe” uma meta.
Toda essa etapa deve ser feita em colaboração com outros gestores, por um motivo muito simples: processos se relacionam com outros processos, através de entradas e saídas. Uma saída de processo é o seu resultado. Esse será entregue ao mercado ou a outro processo. Dessa forma, o bom gestor observa a integração entre os processos e define resultados compartilhados, que atendam requisitos de qualidade de entrada de outros processos com os quais se relaciona.
Os recursos utilizados precisam ser adequadamente planejados, visando os resultados almejados. Em situações em que a empresa não oferece o suporte necessário, ainda assim é o gerente de processos que deverá identificar as “causas” que poderão afetar o alcance dos resultados. Para negociar recursos, o profissional precisa ter domínio sobre seu processo e argumentos que confirmem a necessidade de um aumento de custo operacional. E, em último caso, pode-se negociar até mesmo a redução de uma meta esperada. Mas, é necessário conhecer aspectos fundamentais da gestão de processos.
MELHORAR
Para melhorar um processo é necessário primeiro analisá-lo para identificar as causas que provocam os principais problemas, desenhar a solução e implantá-la.
Analisar o Processo
Após o planejamento de objetivos, resultados, indicadores e metas, o gestor deve analisar o processo para criar entendimento sobre o seu estado atual e o estado desejado. A análise tem a finalidade de buscar alternativas para atender expectativas de resultados ou solução de problemas.
A equipe de análise deve decidir quais as técnicas e ferramentas que serão utilizadas na análise. Não há uma única maneira de se realizar um estudo, pois depende das informações disponíveis na organização e da motivação da análise.
Esse é um dos pontos que baliza a utilização das ferramentas e técnicas. Se a utilização de uma dada ferramenta não levar ao “ponto que se desejava chegar”, a escolha da estrutura de trabalho certamente foi malfeita. De preferência, a análise deve ser fundamentada pela extrapolação de fatos e não em julgamentos ou conjecturas. Quando não é possível, a alternativa é trabalhar com hipóteses e buscar as respectivas confirmações.
É aconselhável que se faça um workshop para levantamento de problemas e discussão de suas causas com os envolvidos no fluxo de valor do processo estudado. Uma equipe multifuncional, garante que a análise seja compartilhada com os interessados e que os impactos em outros processos sejam visualizados. A conclusão da análise é sempre uma relação de oportunidades de melhorias, identificada pela equipe para o tratamento das causas.
Desenho do Novo Processo ou do Processo Melhorado
O desenho do processo é criar especificações que representem a mudança no processo, necessária para se alcançar resultados esperados ou resolver problemas existentes.
O desenho não envolve somente o fluxo ordenado de atividades e funções, mas também as políticas e regras que devem orientar e regular o novo processo, bem como as competências necessárias e a infraestrutura de suporte, tais como equipamentos, tecnologias e sistemas de informação.
O desenho do processo deve atender a condições consideradas no cenário escolhido e é denominado “TO BE”.
O Processo do Negócio é
Com a implantação do novo processo, espera-se uma forma mais eficiente de executar o processo e que o resultado deste permita uma maior agregação de valor ao mercado.
CONTROLAR
Esta é a etapa onde ocorre o monitoramento dos indicadores do processo, para identificar se os resultados estão conforme o esperado. Produz informações para a tomada de decisões e direcionamento para ações de melhoria de um processo.
As metas dos gestores estão relacionadas a seus indicadores de resultados. Para obter bons resultados, também é uma boa medida monitorar as causas, através de indicadores de verificação. Os gestores costumam usar gráficos ou planilhas de acompanhamento ou pode ter uma área de tecnoestrutura, para apoiar a empresa neste monitoramento de indicadores.
Controlar o processo significa agir sobre os desvios encontrados. É nesta etapa, que os gerentes elaboram os planos de ação corretiva e/ou preventiva. Esses planos são precedidos por uma atividade de análise do porquê os resultados não foram alcançados.