Introdução:
Na era da transformação digital e mudanças aceleradas, a Gestão Estratégica emerge como a bússola essencial para orientar as organizações em direção ao sucesso. Este artigo explora o pensamento estratégico contemporâneo e o papel da gestão orientada a processos, destacando a importância da definição precisa de objetivos estratégicos, desdobramentos eficazes e a implementação de sistemas de indicadores para garantir o desempenho corporativo.
1. O Pensamento Estratégico e a Vantagem Competitiva na Atualidade:
O pensamento estratégico evoluiu do “posicionamento”, quando as empresas buscavam estratégias de barreiras de entrada para manter uma posição vantajosa de mercado, para o “movimento”, destacando como as organizações contemporâneas precisam adotar abordagens ágeis e flexíveis para se adaptar a um cenário de mudanças constantes.
As mudanças aceleradas impactam os processos organizacionais das empresas, destacando a necessidade de uma gestão estratégica capaz de antecipar e responder rapidamente às transformações do mercado. Essa é a vantagem competitiva da atualidade.
O primeiro macroprocesso corporativo que precisa se alinhar a essa realidade de transformações é o Planejamento Estratégico. Há muito tempo que uma boa parte das empresas adota práticas para elaborar seu plano estratégico. Algumas dessas práticas chegam a ser bem pouco efetivas, considerando um foco demasiado nos objetivos de marketing e de vendas, ignorando a valiosa e imprescindível contribuição das áreas operacionais, ainda que relacionadas ao core business da empresa, assim como áreas responsáveis por apoiar e habilitar os processos da empresa, tais como Recursos Humanos e Tecnologia.
Hoje, de fato, tem-se observado uma maior participação das principais áreas da empresa, estejam estas relacionadas a processo de gestão corporativa, processos de apoio ou processos principais do negócio. Já foi um avanço, mas ainda não suficiente. É preciso considerar o papel da orientação a processos desde o Planejamento Estratégico. Caso contrário, a empresa não terá excelência operacional. Ter excelência operacional é ser capaz de refletir os direcionamentos estratégicos em orientações para o gerenciamento da rotina, resumidamente falando. A realidade da empresa está no nível operacional! Sem isso, é possível que a empresa, que é um organismo vivo, tenha sua “cabeça querendo ir numa direção e o corpo numa outra direção qualquer”.
Identificar os processos de negócio críticos para a implementação das estratégias e definir seus respectivos objetivos de desempenho, necessários para contribuir com o alcance dos objetivos corporativos, é uma prática que pode garantir o sucesso da implementação do Plano Estratégico.
2. Sincronismo Empresarial e a Gestão Orientada a Processos:
Uma vez definidos e correlacionados entre si, os objetivos estratégicos e os objetivos de desempenho dos processos de negócio, sejam estes principais, de gestão corporativa ou de apoio, o sucesso corporativo vai depender do sincronismo empresarial. Mais uma vez, é fundamental destacar a gestão orientada a processos como uma abordagem que permite a integração eficiente de todas as partes da organização.
O sincronismo começa com a revisão do Modelo de Processos da empresa. O Modelo de Processos deve ser ajustado de modo a implementar o Modelo de Negócio definido estrategicamente. Mesmo não havendo alteração na forma de atuação da empresa, em geral, há novas propostas de valor e entregas a serem realizadas a várias partes interessadas, conforme decisão estratégica da empresa.
Preparar a empresa para este sincronismo é o objetivo do processo organizacional responsável por alinhar estratégias, processos e projetos. Uma vez alinhados o Modelo de Negócio com o Modelos de Processos, as práticas da organização estratégica devem buscar uma coerência e harmonia interna com relação à arquitetura de processos da empresa, sua estrutura organizacional e a seu modelo operacional.
Esse último corresponde às competências, infraestrutura e tecnologia necessárias para suportar o desempenho esperado dos processos. Ou seja: está relacionado à capacidade de aprendizado e crescimento da empresa.
3. Desdobramentos de Objetivos e Resultados:
Faz parte ainda da preparação estratégica da empresa, a fase crítica de desdobrar objetivos para todos os níveis da organização, conectando estratégias globais a táticas diárias.
A 1ª etapa desse desdobramento foi no nível estratégico, quando os objetivos corporativos, em geral na perspectiva financeira e de expansão de mercado, foram desdobrados em objetivos de desempenho dos processos de negócio (ponta a ponta), considerados críticos ou essenciais para a implantação das estratégias e sucesso corporativo.
O objetivo de desempenho estabelecido para cada processo de negócio crítico é como um norte que orientará a definição de objetivos e respectivos resultados compartilhados, que deverão contribuir para que este desempenho estratégico do negócio seja alcançado.
Essa definição depende do “norte”, mas também do entendimento da relação de entrada e saída entre os processos de um mesmo fluxo de valor. É preciso identificar requisitos de entrada, pois a qualidade da entrada afeta o resultado dos processos. VI. Sistema de Indicadores: Em empresas grandes, esses resultados compartilhados mencionados serão medidos pelos KPI (Key Performance Index) de cada diretoria envolvida no mesmo fluxo de valor (processo de negócio de ponta a ponta). A partir dessas definições, inicia-se um desdobramento de objetivos e respectivos resultados nos demais níveis de desempenho. A prática de desdobramento realizada de forma coerente, sempre partindo do estratégico, garante um sistema de indicadores eficiente.
A implementação de um sistema de indicadores robusto é a chave para medir o progresso em relação aos objetivos estratégicos, garantindo uma abordagem baseada em dados na tomada de decisões.
Conclusão:
A Gestão Estratégica na atualidade vai além da formulação de planos e estratégias. Ela incorpora uma mentalidade ágil, abraça as mudanças, integra processos eficientes e alinha objetivos para alcançar resultados tangíveis.
A sincronização empresarial, aliada a uma gestão orientada a processos e à definição clara de objetivos, é a fórmula para o sucesso em um mundo em constante evolução. As empresas tem suas especificidade quanto a níveis de desempenho e desdobramentos a serem realizados.
Se o modelo de processos e o modelo operacional estão ajustados, garantindo o necessário sincronismo empresarial, se o sistema de indicadores também foi definindo dentro do alinhamento necessário, faltará somente saber analisar os processos dentro de uma visão holística do negócio e de forma ágil e participativa, para que as verdadeiras oportunidades sejam identificadas e implantadas. Dentro desse conceito é que devem surgir os projetos, ou seja: como uma ferramenta estratégica da gestão.