A ABORDAGEM BPM REFORÇA A RELAÇÃO ENTRE PORCESSOS E ESTRATÉGIAS
Nos últimos anos, muitos esforços têm sido empreendidos pelas empresas na tentativa de alcançar suas metas e direcionar suas atividades conforme as estratégias definidas. Boa parte, no entanto, continua se deparando com resultados aquém do esperado.
O tratamento isolado dos processos, estes confinados às suas respectivas áreas responsáveis, é apontado como uma das causas que dificultam as empresas a alcançarem seus objetivos estratégicos. Essa desatenção à perspectiva transversal do fluxo de valor (processo de ponta a ponta) levou as empresas à perda da noção de que os processos estão inter-relacionados, através de suas entradas e saídas.
Diante deste cenário, a gestão orientada a processos vem se confirmando como a abordagem mais adequada para a efetividade corporativa. O movimento iniciado, sobretudo, após a divulgação do livro “BPM – A Terceira Onda” adquiriu um impulso notável no Brasil com um grande crescimento no oferecimento de cursos e demandas por consultoria e treinamentos nas corporações.
A abordagem BPM devolve às áreas de negócio as rédeas para resolver seus problemas, cabendo à TI participar como meio, e não como fim. Durante anos, as soluções foram pensadas em termos de ferramentas e sistemas, muitas vezes pesados e dispendiosos. Foi a própria TI que sentiu necessidade de primeiro entender o negócio para de fato auxiliar as empresas a gerenciarem seus processos com eficiência, atingindo os objetivos conforme o planejado.
Nas empresas de prestação de serviços a orientação a processos pode promover uma verdadeira orientação a clientes. Saber definir o desempenho esperado do ponto de vista do cliente, em cada momento ou processo de interação, e com esta orientação estabelecer os requisitos de qualidade de entrada e saída de todos os subprocessos envolvidos na entrega deste resultado é o que a abordagem BPM se propõe. Esta abordagem transversal não tem a finalidade de romper com os departamentos, frutos legítimos das especializações necessárias na agregação de valor, mas com a cegueira causada pelas paredes invisíveis erguidas entre eles.
Claudia Barbará – Publicado no jornal “O Globo” – Barra em 18 de outubro de 2012